segunda-feira, junho 27, 2005

A Indústria da fé.Evangélicos criam igreja sob medida, ao gosto do freguês.

Fenômeno curioso quanto se fala de religião nos últimos tempos é a formação das igrejas evangélicas e sua consequente segmentação de fiéis que inclui grupos de ricos, surfistas, gays e até pessoas que querem aprender a falar com Deus em inglês, ao gosto freguês, moldando a palavra de Deus ao desejo do homem e não odesejo do homem a palavra de Deus. A capitalização da religião surge em massa, inúmeras igrejas e seus inúmeros líderes, todos homens guiados pelo Espírito Santo e abençoados com a fortuna na Terra. Para o sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil (Ed. Loyola), é a lógica mundana capitalista sendo aplicada à espiritualidade da religião. "A segmentação faz muito sentido na situação atual do País, de grande concorrência entre os grupos religiosos. É uma questão de sobrevivência no mercado."Em São Paulo, os gays encontram lugar para louvar a Deus sem preconceito em pelo menos duas igrejas. A Acalando pretende realizar uma cerimônia coletiva de união gay daqui a dois sábados, com "assinatura em livro de relacionamentos estáveis homossexuais, devidamente registrada em cartório". Na Igreja Para Todos, cuja marca é a Bíblia com um arco-íris, os cultos ocorrem aos domingos no Largo do Arouche, um reduto gay de São Paulo, a Bíblia com o arco-íris, que pretensão absurda , depois de dizerem que Jesus foi casado com Maria Madalena não me espanta dizerem que é gay, vejam lá se daqui a pouco não o dizem.Noutro caso centenas de jovens - muitos de chinelo, gel no cabelo e tatuagens à mostra - vão ao templo Bola de Neve ouvir a pregação do pastor, que usa jeans e tênis. Diante do púlpito em forma de prancha de surfe, ele mistura piadas e palavras de louvor. Numa pregação recente, ele comemorava a expansão da igreja, com a abertura de templos no litoral da Bahia. "Gosto da forma como ele passa as mensagens. É mais clara, direta, fácil de entender", diz Rodrigo Torres, de 23 anos.
Por causa do nível social dos fiéis, a igreja neopentecostal Sara Nossa Terra ganhou o apelido de "igreja dos ricos". Seus principais templos ficam em bairros que estão entre os mais caros de São Paulo (Jardins), do Rio (Barra da Tijuca) e de Brasília (Setor Sudoeste). "É mais fácil transmitir a mensagem de Deus quando os fiéis são homogêneos", explica o fundador da igreja, bispo Rodovalho.
A segmentação inclui executivos e esportistas, que têm seus grupos "interdenominacionais" (com membros de diferentes igrejas evangélicas), o Comitê Cristão de Homens de Negócios e o Atletas de Cristo.
Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) Antônio Flávio Pierucci, especialista em Sociologia da Religião, "não há a possibilidade sociológica de um grupo se manter especializado por muito tempo". Essa seria apenas uma estratégia para se viabilizar e depois conquistar novos fiéis. "Ninguém quer ser minoria para sempre." Não se pode condenar explicitamente os pastores por serem mercenários e esconderem-se na indústria da fé , as pessoas que os procuram é que são as responsáveis que querem moldar tudo a sua volta de acordo com a suas limitações.As informações foram retiradas em parte de "O Estado de S.Paulo"ediçaõ passada.

4 comentários:

Anônimo disse...

É o comércio das almas.Mas é válido que se façam novas fés, o catolicismo é centralizador demais.João/Sapopemba

Anônimo disse...

É o comércio das almas.Mas é válido que se façam novas fés, o catolicismo é centralizador demais.João/Sapopemba

acja disse...

Não concordo, a centralização papal visa não autorizar estes desmandos mencionados no post, molda-se ao bel prazer as religiôes e os pensamentos.

O Corcunda disse...

Excelente post!

O que o senhor que comentou anteriormente deveria ter feito seria explicar, com base nas Escrituras, porque é que a Igreja é demasiado centralizadora...
Ou será que também acha que as Escrituras se devem moldar às suas preferências estruturais?

Parabéns AJCA!