domingo, março 30, 2008

Por ares e mares nunca dantes navegados.


"No dia 30 de março de 1922, quando os aviadores Arthur de Sacadura Freire Cabral e Carlos Viegas Gago Coutinho partiram de Lisboa para realizar um feito inédito: a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, voando num hidroavião até o Rio de Janeiro
A idéia de cruzar o Atlântico evoluiu junto com a amizade entre eles. Sacadura era um dos melhores aviadores portugueses e Coutinho era reconhecido pela competência como geógrafo e matemático.
Mas como a navegação aérea não era confiável, os aviadores usaram como guia uma série de navios, posicionados a cada 60 milhas.
Essa limitação tornava quase impossível um vôo entre Portugal e o Brasil. Mas foi exatamente nesse ponto que os portugueses se superaram. A partir de instrumentos marítimos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral criaram um “sextante aéreo” e o corretor de rumos, tornando possível a navegação aérea.
Há exatos 86 anos, o hidroavião “Lusitânia” decolava ao lado da Torre de Belém.

“Seu Gago Coutinho.

Seu Sacadura Cabral

Que vindos de Portugal

Nas asas de um passarinho

Passaram o morro Corcovado

Todo mundo está espantado

Com o heroísmo português

Se acabou o nativismo

Sou irmão de vocês”



Cantiga popular criada no Rio de Janeiro em homenagem à chegada dos aviadores".



Artigo escrito por Douglas Cavallari de Santana, resumido para ser mais conciso no post. Publicado na seção Iscas Intelectuais - Lusófonas da página de Internet do comunicador Luciano Pires - www.lucianopires.com.br.

Na foto Sacadura Cabral, Santos Dumont e Gago Coutinho.

quarta-feira, março 19, 2008

Disparate de Lula frente SAR Dom Duarte e Cavaco Silva.

Já me referi no blog às comemorações quanto aos 200 anos da vinda da Família Real ao Brasil, foram cerimônias bonitas, tanto a oficial com os representantes da rés-publicas brasileira e portuguesa e aparatos de segurança enormes, quanto a festa popular com Dom Duarte e o Dom Luis em "uma missa solene, aberta ao mesmo tipo de público, que de forma entusiasta recebeu a família real, em 1808: nós, brasileiros comuns", como dizia o convite.
Porém antes da cerimônia popular, Dom Duarte e Cavaco Silva forem feitos de tolos por Lula da Silva, este os fez esperar por daus horas antes de sua "magnífica" presença, fato que fez Dom Duarte abandonar a cerimônia.

terça-feira, março 18, 2008

Semana Santa Portuguesa na Indonésia.


" Se há ocasiões do ano em que os habitantes do cidade de Larantuca, capital do Concelho de Flores Timur, Indonésia, vivem as cerimónias imbuídas de tradições portuguesas é na Semana Santa. Larantuca foi das primeiras missões abertas pelos dominicanos portugueses em finais do século XVI. Em 1660, com a queda da possessão portuguesa de Macáçar, a comunidade local é enriquecida com a chegada de mais cristãos, uns chegados de Malaca e outros de Macáçar. Foi graças aos missionários dominicanos que se constituiu a Confraria de Nossa Senhora do Rosário que ainda hoje persiste, e que ao longo de quatro séculos continua a chamar-se “Konfreria Reinha Rosari”. Os membros desta Confraria são senhoras, de idade compreendida entre 60 a 70 anos e, que, todos os Sábados de manhã se reúnem na Capela de Nossa Senhora das Dores (Mater Dolorosa), para aí rezarem orações e cantarem cânticos em Português antigo.
(...)

Em Larantuca, o Domingos de Ramos, que os locais chamam “Dominggu Ramu” marca o início da “Semana Santa” (os larantuqueiros conservam esta terminologia portuguesa). Na Quarta-feira, “Rabu Trewa” (quarta-feira de trevas), o ambiente social é de verdadeiro retiro: é proibido realizar festas, não pode haver comezainas e bebedeiras, nem discussões ou zaragatas; é proibido pescar, trabalhar nos campos, cortar árvores, apanhar lenha, buscar água, pilar o arroz ou milho, construir casas e fazer longas viagens. É um dia dedicado ao recolhimento e oração; e um dia dedicado á limpeza geral da cidade. Nas principais ruas onde vai passar a procissão, erguem-se oito “Armidas” (ermidas); são construídas, com ripas de bambu, quilómetros de sebe ao longo das duas margens da estrada. Nessa sebe são colocadas centenas de milhares de velas, feitas de favos de mel silvestre por senhoras, membros da Confraria.

Na Quarta e na Quinta-feira, os peregrinos chegados do recantos mais longínquos da Indonésia, cumprem as promessas “(em Larantuca, dizem mesmo “promessa”) nas duas capelas emblemá-ticas da cidade: a capela da Senhora Mãe, ou “Gereja Tuan Ma”, dedicada a Nossa Senhora “Mater Dolorosa” e Capela do Menino Jesus ou “Gereja Tuan Ana ou Kapela Santo Meninu”. Nesta última está guardado um caixão contendo a relíquia da imagem do Menino Jesus, que segundo a tradição foi encontrada no mar de Flores no século XVII, e desde então venerada pelos habitantes de Larantuka. Convém recordar que este pequeno caixão é tão sagrado que nunca pessoa alguma abriu, nem mesmo o Bispo da Diocese está autorizado a abri-lo. Em 1979, deu-se um terrível terramoto na cidade Larantuka. Centenas de casas foram destruídas literalmente por pedregulhos que vinham das encostas da montanha Mandiri. Morreram 163 pessoas... Mas as duas capelas ficaram de pé, intactas...

O clímax de toda a Semana Santa é o dia da Sexta-feira Santa. Depois das cerimónias que se realizam na Catedral “Reinha Rosari”, situada no bairro “Postoh”, bairro este fundado pelos portugueses em 1613, aquando da invasão do Holandeses à Fortaleza dominicana de Solor, dá-se o início à famosa procissão, que se tornou célebre em toda a Indonésia, desde a década dos ano 60 do século XX.

(...)

Ao longo dos séculos XVII, XVIII, e na primeira metade do século XIX, não havia um único missionário residente na Ilha de Flores. Pois a Confraria da Nossa Senhora do Rosário foi a única organização que procurou preservar a religião católica naquelas ilhas. E quando em 1860, o padre holandês Jan Piter N. Sanders, enviado pelo Vigário Apostólico de Batávia (Jacarta), para visitar núcleos de cristãos perdidos nas ilhas do Oriente de Jawa (daí a palavra Timur) encontrou, para surpresa sua, senhoras que rezavam e cantavam em Português... e tinham por Padroeira, a Senhora do Rosário. Oxalá, a herança deixada pelos frades Dominicanos portugueses continue a perdurar e que a grande procissão da Sexta-feira Santa ajude os Peregrinos de Larantuca a viverem em profundidade a Páscoa de Jesus!".

D. Carlos Filipe Ximenes Belo

Bispo Tit. de Lorium e Administrador Apostólico emérito de Díli-Timor Leste




Mesmo num país onde os islamitas comandam a Fé que os Portugueses espalharam pelo Mundo e pela História continua viva.

segunda-feira, março 10, 2008

O povo e seus reis!


"A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, no centro antigo do Rio de Janeiro, estava ontem engalanada de flores amarelas e polícias militares empunhando bandeiras. Lá dentro, a música era cantada em latim. O tom era de festa. Só destoava a rapariga que à porta distribuía panfletos a quem passava, como numa "manif". "Nota de desagravo", dizem.

A celebração que decorria nesta igreja era alternativa ao programa oficial. Nela não participava Cavaco Silva, convidado de Lula nas comemorações dos 200 anos da chegada da família real ao Brasil, que estão a decorrer. A Igreja do Rosário foi onde D. João VI, ainda príncipe regente, assistiu ao Te Deum no dia em que desembarcou no Rio, 8 de Março de 1808. Mas não foi a igreja escolhida agora para as comemorações oficiais. A nobre função coube à actual sé, remodelada por uma empresa privada e onde Cavaco assistiu a um concerto.

Fora das comemorações oficiais, a Igreja do Rosário não se ficou e resolveu fazer um panfleto de protesto e celebrar na mesma com "uma missa solene, aberta ao mesmo tipo de público, que de forma entusiasta recebeu a família real, em 1808: nós, brasileiros comuns".
Foi essa audiência mista que rejubilou em palmas com a entrada de D. Duarte Pio na cerimónia. No Rio a convite da câmara, atrasado por ter estado com Cavaco - veio a pé dois quarteirões até à igreja -, foi saudado com um "vem entrando o rei de Portugal" pelo nervoso apresentador negro, que nem reparou no erro diplomático.

Na igreja já estavam D. Luís Gastão, herdeiro do trono brasileiro, e seus irmãos, que se associaram à celebração não oficial. Para os Bragança, descendentes de D. João VI, todas as comemorações são boas: dignificam as memórias familiares, relembram o lugar deles, herdeiros sem trono, na história. "Fiquei muito emocionado com o discurso de Lula", conta D. Bertrand de Orleans e Bragança, irmão de D. Luís. O presidente brasileiro agradecera à família o papel na criação do Brasil e enalteceu D. João VI no discurso de inauguração das comemorações.

D. Duarte Pio é descendente de D. Miguel, que não esteve ao lado do irmão na questão brasileira. Mas 200 anos depois, e sem monarquia instituída em nenhum dos países, a questão é pouco relevante. Como aliás mostra a recepção, entre o eufórico e o curioso, que ele e Isabel de Herédia tiveram nesta missa e no que se seguiu.

Depois da cerimónia, houve o "aperto de mão" a D. Luís - muito parecido com o beija-mão real em que D João VI passava tardes no Paço Real. Os que participaram na missa foram cumprimentar o herdeiro, ele sentado numa cadeira no meio do salão paroquial, eles em fila indiana à espera do momento. Nenhum dos presentes teve de passar por seguranças, como aconteceu na cerimónia de Lula e Cavaco. Até o fotógrafo de serviço, Jadson, apareceu porque viu o anúncio da missa no jornal e achou que havia ali negócio: vendia, por 20 euros, "a sua foto com o imperador". Uma verdadeira manifestação popular, como dizia Isabel de Herédia, "muito divertida e sem preconceitos".


"Viva o Brasil! Viva D. Luís! Viva D. Duarte Pio! Viva Portugal, nossa pátria mãe!", gritou o apresentador no final da cerimónia.. "

Extraído do Causa Imperial:
http://www.causaimperial.net/noticias/016.html