Se fosse preciso escolher um símbolo da anarquia que se instalou na Bolívia, ele poderia ser a gravata. Nas ruas de muitas cidades, os engravatados são parados pela multidão e têm sua gravata arrancada do pescoço. A peça de vestuário é vista atualmente como um emblema da elite rica da Bolívia, e os manifestantes que dominam as ruas do país decretaram sua abolição. O que virá depois que os bolivianos tiverem destruído todas as gravatas? A Presidência da República, o Congresso Nacional e as demais instituições do governo e do Estado estão virando farelo. A indústria do gás natural está paralisada – e com ela a única oportunidade de o país fazer algum dinheiro em moeda forte. Na semana passada o cenário era desolador em La Paz, a capital boliviana. As estradas que dão acesso à cidade estavam bloqueadas, as aulas nas escolas foram suspensas, o transporte público foi interrompido, os alimentos começaram a sumir das prateleiras e não havia mais onde comprar gasolina e gás de cozinha. Pressionado pelos protestos e greves, o presidente Carlos Mesa, que ficou apenas dezenove meses no cargo, foi obrigado a renunciar depois de semanas de manifestações, como seu antecessor, de quem era vice-presidente.Não há ninguém no comando dos manifestantes bolivianos ou uma palavra de ordem que una todos os que protestam – exceto, talvez, a nacionalização das reservas de gás natural. Organizações indígenas, plantadores de coca, sindicatos de mineiros e de operários, professores, estudantes, cada grupo parece ter como único objetivo demonstrar ser mais radical que os demais. Alguns deles querem concorrer às eleições e promover uma reforma constitucional, talvez implantar algum tipo de socialismo. Outros pretendem fazer terra arrasada do que existe e pôr no lugar entidades utópicas. Felipe Quispe, líder de um partido indígena que conquistou 6% dos votos nas eleições de 2002, propõe recriar o império inca e se livrar de todos os descendentes de europeus existentes no país. Protestos derrubam o presidente,arruínam as instituições e deixama Bolívia à beira do colapso nacional .
O presidente nunca foi o problema, nem sua saída era a principal reivindicação dos protestos. A multidão nas ruas não aceitou seu substituto constitucional, o presidente do Senado, nem o segundo na linha de sucessão, o presidente da Câmara. Bolívia é o país mais pobre da América do Sul, com cerca de 30% da população com renda de menos de 1 dólar por dia. A sociedade é desigual, com a pobreza concentrada nos 62% de indígenas. A ideologia de Chávez se espalha pela América, fico aliviado, ainda bem que temos o Lula para segurar as coisas por aqui.
Algumas pessoa frequentam este blog, mas quase ninguém faz comentários, gostaria que comentassem algo, nem que seja para me xingar (é melhor que não seja).
2 comentários:
esses índios tem que matar tudo!lusa e o ! e ae blz antonio? abraço pocheta
Muitas vezes não comentam mas lêem.Nos blogues é assim. Além disso leva algum tempo até criar leitores.Repare que um dos melhores blogues da net nacionalista:o «Fasciso em Rede» tem pouquíssimos comentários.No entanto é bastante lido.
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