Edição Nº 21 - julho de 2005 Um testemunho do destemor e ousadia portugueses.Por Alfredo Nastari.Fundada em 1680 por Manuel Lobo, então governador do Rio de Janeiro, a Colônia de Sacramento representou a intenção da Coroa portuguesa de levar os limites territoriais do Brasil até as margens do rio da Prata. A estratégia era simples: derrubar na prática a linha de Tordesilhas, que passava pela atual região de Laguna, em Santa Catarina, e garantir acesso à navegação do estuário por onde escoavam as riquezas vindas das minas do Peru.A reação espanhola não tardou a acontecer: já em 1681, Sacramento foi tomada e destruída pela primeira vez, e ao longo dos dois séculos seguintes seria palco e objeto do mais feroz conflito de fronteira entre portugueses e espanhóis, uma guerra que esteve na raiz dos atuais limites entre o Brasil e a Argentina. Quatro tratados depois - Utrecht, Madri, Santo Ildefonso e Badajós -, a conseqüência foi a formação do Uruguai e do estado do Rio Grande do Sul. Não era para menos: ainda que frustrado o acesso à prata peruana, Sacramento logo se converteu num entreposto comercial que rivalizava com Buenos Aires e por onde iria escoar a produção de gado e couro contrabandeado do pampa argentino.
Por isso mesmo, o núcleo histórico da colônia tem singularidades que merecem atenção. Diferentemente de todas as outras vilas portuguesas do período colonial, Sacramento, mais que uma cidade, era uma fortificação. Era toda murada, com bastiões estrategicamente distribuídos, cercada por fossos, seu acesso se dava por uma ponte levadiça. Sua organização era marcadamente militar e não foram poucos os esforços da Coroa portuguesa em levar população civil, principalmente mulheres, para colonizar o núcleo. Do seu aspecto original restam apenas o traçado urbano, tipicamente português, reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1995, e uma curiosa mescla das arquiteturas portuguesa e espanhola, sobrepostas uma à outra. Não há em Sacramento um conjunto arquitetônico homogêneo como em Parati ou Ouro Preto, mas ruínas, vestígios e construções que testemunham um dos mais ricos episódios da formação territorial brasileira e da presença lusitana na América espanhola. Por incrível que pareça foi um brasileiro que escreveu o texto, sem nenhuma alusão negativa aos portugueses.Notável.Até mesmo elogia o destemor e a ousadia no título.
ALENTEJO ALENTEJO!!
Há 3 anos
Um comentário:
Achei o texto surpreendente mesmo, vcs não acreditam como é difícil ver um brasileiro esclarecido quanto a vredade histórica.Os vagabundos chegam a dizer que se fosse a Inglaterra,Espanha o Brasil seria melhor, í lá vou explicar ao ignoto, o quê é colônia de exploração , colônia de povoamento, comparar o tamanho de Portugal com a Espanha ou Inglaterra....O problema , o q me deixa puto da vida é quando dizem q português é burro ,mas depois do 25 de Abril , começo a ver q muitos o são, agora menos um , né Alvarinho...
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