sábado, novembro 19, 2005

Olavo disserta sobre a invasão do Paraguai pelos E.U.A.

"Em junho, o Paraguai autorizou militares dos EUA a realizar no seu território exercícios que devem prolongar-se até dezembro de 2006 e envolver, entre idas e vindas, uns duzentos soldados e oficiais no total. Embora atividades similares se realizem ali desde 1943, o desembarque dos treze primeiros soldados provocou estranhas reações na mídia. Desde logo, o jornal boliviano El Deber , ampliando o número dos recém-chegados para quatrocentos, concluiu que estavam lá para construir uma base permanente. O objetivo, segundo o periódico, seria intimidar os bolivianos para que, na eleição de 5 de dezembro, não votem em Evo Morales, defensor do livre plantio de coca. (....)Na Argentina, a agência Prensa Latina publicou o desmentido do governo paraguaio mas tratou logo de neutralizá-lo por meio de novo e mais belo aumento do contingente americano, desta vez para... 500 mil soldados! (...)
De um momento para outro, inscrições como “Fora, tropas ianques” surgiram nos muros de Assunção do Paraguai, enquanto no parlamento boliviano vozes indignadas exigiam uma comissão de inquérito. Devem ter mesmo razão, porque a esta altura os treze americanos já entraram em ação imperialista no interior do Paraguai. Seis deles, médicos, estão até dando assistência às populações pobres da região. Hugo Chavez, porém, é que não dormiu diante de tamanha brutalidade: já comprou aviões, tanques e metralhadoras, colocou a sociedade venezuelana inteira sob controle militar, consolidou a aliança com as Farc e unificou a polícia e a justiça do seu país com as de Cuba. É verdade que ele já começou a se preparar para uma guerra muito antes que a mídia, com a conversa de invasão americana, lhe desse para isso um bom pretexto retroativo. Mas ninguém terá a impolidez paranóica de reparar nesse detalhe, muito menos a de ver aí algo mais que a mágica banal das puras coincidências. "
Nada a acresçer.

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