quarta-feira, novembro 02, 2005

Soneto ditado à agonia.

Já Bocage não sou!... À cova escura ; Meu estro vai parar desfeito em vento... Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento ; Leve me torne sempre a terra dura;Conheço agora já quão vã figura; Em prosa e verso fez meu louco intento: Musa!... Tivera algum merecimento ; Se um raio da razão seguisse pura.Eu me arrependo; a língua quasi fria ; Brade em alto pregão à mocidade ; Que atrás do som fantástico corria: Outro Aretino fui... a santidade Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia, Rasga meus versos, crê na eternidade!.Manuel Bocage

Um comentário:

Roberto Iza Valdés disse...
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