sábado, junho 18, 2005

Repúdio a ação da PF no caso Schincariol.

O bandido vai algemado.Vai como bandido o homem que emprega 7000 pessoas e produz bilhões de Reais por ano.Mesmo sendo culpado , por que leva-lo algemado, a sim claro, poderia ferir os policiais armados com calibre 12. PF pau mandado, isto lá é jeito de se trazer um cidadão , nem culpado ele pode ser considerado pois está sob investigação, se fosse um bandido, os PFs ficavam cheios de pudores e medos, qualquer homem mereçe respeito por parte das autoridades ainda mais alguém acusado de sonegação, num país onde os impostos é que são estorcivos.Abaixo partes do texto, deVeja Online: http://http://veja.abril.com.br Posted by Hello.
Não passou sem críticas a ascensão meteórica da Schincariol no mercado brasileiro de cervejas. Em apenas doze anos, a participação da empresa nesse comércio deu um salto impressionante, de 4% para 12,5%. Ao longo desse período, a concorrência atribuiu tal avanço às brilhantes campanhas publicitárias financiadas pela empresa com o dinheiro que deveria ter sido usado para recolher impostos. Essa denúncia provocou um verdadeiro bate-boca no setor no fim de 2003. Mas nada foi provado. Pelo menos até a semana passada. Na última quarta-feira, uma ação conjunta entre a Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público, batizada de Operação Cevada, confirmou a suspeita. A ação arrastou nada menos que setenta pessoas para a cadeia. Entre elas estavam os cinco sócios da Schincariol, a segunda maior cervejaria do país. A companhia, com sede em Itu, no interior paulista, é acusada de sonegar 1 bilhão de reais em quatro anos. Mas as suspeitas incluem outros crimes: evasão de divisas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. O esquema de fraudes teria como base o subfaturamento na venda de produtos. A diferença entre o valor real do negócio e o declarado nas notas fiscais era embolsada "por fora" e podia chegar a 30% do total da transação. As investigações indicam também que a Schincariol remetia os recursos sonegados ao exterior e então comprava títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Depois, vendia os papéis no mercado internacional e repatriava o dinheiro, concluindo o esquema de lavagem. A polícia acredita ter identificado ainda operações fictícias de exportação – sobre as quais não incidem impostos –, intermediadas por empresas de Foz do Iguaçu, no Paraná. Haveria também indícios de importação com falsa declaração de conteúdo e classificação incorreta de mercadorias.A força-tarefa passou catorze meses filmando, fotografando, cruzando dados e quebrando o sigilo telefônico dos envolvidos nas supostas falcatruas. "Descobrimos um dos mais sofisticados sistemas utilizados para fraudar impostos. Eles aperfeiçoaram o esquema depois de várias autuações feitas pelos fiscais", diz Gerson Schaan, coordenador da área de inteligência da Receita. O procurador da República José Maurício Gonçalves, responsável pelo caso, acredita que o material apreendido seja suficiente para denunciar os acusados por sonegação fiscal, com pena que varia de dois a cinco anos de reclusão. Já a acusação de lavagem de dinheiro pode render penas de três a dez anos de cadeia. A Operação Cevada teve lances cinematográficos. Começou na alvorada da quarta-feira, quando 600 policiais e 180 fiscais da Receita Federal se espalharam por doze estados brasileiros. A missão era deter suspeitos e cumprir 140 mandados de busca e apreensão. Foi às 6 horas da manhã que integrantes da força-tarefa se posicionaram diante da casa da família Schincariol, em Itu. Receosos de que se tratasse de uma tentativa de assalto, Gilberto Schincariol e seus dois filhos não abriram a porta. Na rua, os policiais prepararam um explosivo para tentar derrubar o portão da casa. Mas não foi preciso utilizar esse artifício. Os três tiveram a prisão preventiva decretada por cinco dias e foram transferidos para São Paulo. Outros dois sócios também foram detidos em Itu.
A Schincariol, fundada há 66 anos, nega as acusações feitas contra seus dirigentes. Em nota, afirma que os documentos fiscais sempre estiveram à disposição do Fisco. Lamenta também a forma como foi conduzida a ação, pautada por um comportamento que a companhia define como violento e sensacionalista. Informa ainda que a empresa recolheu 1,15 bilhão de reais em impostos no ano passado, o equivalente a 44% do faturamento de 2,56 bilhões de reais em 2004. No auge da pressão da Receita, a Schincariol lançou mão de um expediente tosco na tentativa de melhorar sua imagem: comprar espaço editorial a seu favor na imprensa comprável. A estratégia claramente fracassou, pois a imprensa não comprável continuou noticiando regularmente os indícios de sonegação.

Nenhum comentário: