domingo, setembro 25, 2005

Salazar em versos.

Tinhas de ser qual és, calado e triste,Misterioso, ascético, tenaz,Para reger um povo que da PazHá que tempos nem sabe se ela existe...Já, com verbo fecundo e lança em riste,Outros tentaram a missão falaz:Mas, com promessas boas e obras más,Maior caos nos fizeram, como viste.Tu então, ao dilúvio das palavrasOpões barreira sólida, e entretantoA gleba acordas, e em silêncio a lavras...E eis logo o prado em flor, o oiro das messes!Quem és tu, Salazar, ou mago ou santo,Que assim nos ressuscitas e engrandeces?...IINa solitária cela, quantas vezes,Em horas de incerteza natural,A ti próprio dirás: Mas, afinal,Que esperavam de mim os Portugueses?Eram mudos e moles como resesPassivos para o bem e para o mal,Sem vontade, nem fé, nem ideal,Sempre a temer desgraças e reveses...Mas, de repente, alto clamor se elevaNo estagnado silêncio. É claridade,Qual de Aleluia sucedendo à Treva.São, renascentes da ancestral raiz,Hostes da Legião, da Mocidade,Novos cruzados com a cruz de Aviz!IIIAgora já se pode, já se deve,Acreditar de novo em Portugal.Deu-se o prodígio sobrenatural:Outro sol derreteu a antiga neve!É Deus que para nós direito escrevePor árduas linhas, e que um Parsifal,Puro, intangível, portador do Graal,Manda a salvar-nos em futuro breve.De tronco Salazar brotam milharesDe ignotos mas fecundos Salazares,Cresce e floresce a Pátria ainda uma vez.E, enjeitando as escuras profecias,Digamos todos — como em longes dias —:Que honra e glória nascer-se Português! Alberto Oliveira

4 comentários:

Rodrigo N.P. disse...

Você já passou pelo site de homenagem ao Rodrigo Emílio? Se ainda não conhece passe por lá, um dos poetas maiores da nossa língua e enorme nacionalista, a quem os abrileiros roubaram um prémio literário.

Antes que me esqueça, muito obrigado pelo link deixado no meu blog, já passei lá e tem muitas informações úteis.

Uma saudação de braço ao alto!

acja disse...

Igualmente Rebatet, o site q indiquei tá destualizado mas t~em vasto material mesmo assim, já fui ao site do Rodrigo Emílio mas não achei muito bom, poesias mesmo não tinha , era mais um tributo, mas talvez agora estej melhor.

Marcos Pinho de Escobar disse...

Caro orgulhosamente só,

Obrigado pela referência. A verdade é que a guerra estava vencida ou em vias de o ser. Mas eis que surgem os traidores de costume... E continua-se a falsificar a história. Hoje seríamos uma comunidade única no mundo. Gostei muito do "Salazar" de Alberto Oliveira.

Um cumprimento amigo.

acja disse...

A saudação romana a si também.